Neste sábado, 02 de setembro de 2017 os bolsistas Pibid, professores supervisores das escolas e a professora coordenadora de área Dr.ª Marlete Sandra Diedrich reuniram-se no Instituto de Filosofia e Ciência Humanas (IFCH) da Universidade de Passo Fundo (UPF). Durante a manhã conversamos brevemente sobre o andamento das atividades nas escolas e sobre o projeto de atividades que cada escola tem de escrever até o final deste mês. Após este momento, a bolsista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UPF, Karina Rigo, juntou-se a nós e promoveu um diálogo pautado no tema: relato da experiência de refletir sobre algumas possibilidades de “comos”, relacionados
ao ato de aprender.
Os tópicos discutidos durante esta manhã podem ser lidos abaixo:
1º MOMENTO: TEMA RELACIONADO – INQUIETAÇÃO
Ter em mente:
• Antes de buscar possibilidades de como estudar (e mostrá-las aos alunos) é importante que se tenha em mente
o porquê de se estudar determinado conteúdo;
• Fim último do estudo e da apropriação do conhecimento com vistas à transformação do homem – afinal, o
homem se constitui homem (livre, culto, humanizado) em suas relações;
• Que professores queremos ser?;
• Há uma perda da responsabilidade sobre a autorrealização de nossas potencialidades como seres humanos.
Que seres queremos ser antes de almejarmos um modelo aos nossos alunos?;
• De acordo com várias pistas ao longo dos eventos promovidos pelo PPGL e PPGEdu, a Área de Letras e
Literatura abarca uma posição privilegiada de mudança dessa carência: a relevância da leitura e da leitura de
clássicos literários nesse processo;
• Fiorin (2016, no SELES): a literatura é a linguagem por excelência. Uma provocação: sabemos o porquê disso?
Sabemos o porquê da importância dos clássicos literários no processo de humanização do homem? Fiorin, no
mesmo evento, deixou-nos uma dica importante: “O problema dos estudantes é de bunda, é de sentar a bunda
na cadeira e estudar”;
• E, como professores em formação permanente, somos eternos estudantes;
2º MOMENTO: TEMA PRINCIPAL – UM CAMINHO (ENTRE VÁRIOS A SEREM ENCONTRADOS)
*O que nos diz a pesquisadora americana Barbara Oakley em seu curso Learning how to learn1
?
Quando o objetivo é aprender algo - e não somente ser aprovado em alguma matéria, há que se fazer
esforços, que se ter disciplina, organização e persistência.
**A Lei das Coincidências Fortuitas: a sorte favorece quem tenta.
**
Além disso, de acordo com a cientista:
1
Legendado em português e disponível gratuitamente na plataforma Coursera, além de estar disponível e detalhado
no livro Aprendendo a Aprender: como ter sucesso em matemática, ciências e qualquer outra matéria (OAKLEY,
Barbara. Editora Atena, São Paulo, 2015).
• Boa parte das descobertas científicas relacionadas ao cérebro não chegam à escola. Ou seja: a escola ensina
muitas coisas, mas não ensina a estudar - não ensina a se fazer bem o que levou todos os estudantes até ela;
• Descoberta que conduz o curso de Oakley: os dois
modos diferentes de se pensar – focado
(concentrado) e difuso (repouso neural) – são
modos alternados que se complementam e
constituem o aprendizado;
• Para trabalhar com novos conceitos e ideias, é
importante não só concentrar nossa atenção
inicialmente, mas também, desviar nossa atenção
do que queremos aprender;
• Aprender bem significa deixar o tempo passar entre
sessões de estudo concentrado, para que os padrões neurais possam se solidificar corretamente (analogia:
argamassa em uma parede de tijolos). Tentar aprender tudo às pressas em poucas sessões não deixa tempo
para que as estruturas neuronais se consolidem em sua memória de longo prazo (o resultado é uma pilha
confusa de tijolos);
• Caso seja difícil se concentrar - utilize temporizador de 25min, além disso, foque no processo e não no
produto – por isso, é necessário organização e estudo antecipado, não no dia do teste;
• Existem dois importantes sistemas de memória: a) memória de trabalho (mantém apenas quatro itens
ativos); b) memória de longo prazo (comporta uma grande quantidade de material, mas você precisa rever
ocasionalmente para manter as memórias acessíveis);
• A repetição espaçada ajuda a mover itens da memória de trabalho para a memória de longo prazo;
• Dormir ajuda a: a) fazer as conexões neurais para os processos normais de pensamento; b) resolver
problemas difíceis e encontrar o significado do que se está aprendendo; c) fortalecer as partes importantes
do que se está aprendendo e descartar as partes sem importância;
• Se você não dispõe de muito tempo, tente relembrar do que estudou em ambientes diversos – na rua, no
ônibus,... (o esforço de relembrar o que se estudou é uma das formas mais eficazes de estudo – lembre-se de
que a leitura passiva não é eficaz, portanto, leia ativamente tentando reconstituir mentalmente o que foi lido
na página ou em parágrafos2
);
• Sem repetição, sem voltar ao assunto, sem insistir, são pequenas as chances de inculcar o novo conteúdo em
um local da memória mais estável;
• Nosso cérebro não é multitarefas, só fazemos bem uma coisa de cada vez. O que ajuda muito a potencializar
o aprendizado é a estratégia de intercalar os assuntos. Em vez de estudar um tema por quatro horas
seguidas, tente intercalar com outro em espaços de uma hora com intervalos;
Organize uma agenda de estudos semanal e a atualize toda noite antes de dormir;
• Faça exercícios, mantenha-se saudável (a produção de neurônios depende disso, segundo a cientista);
• O estudo focado e individual é importante, além disso, não esqueça de se cercar de pessoas criativas e
entusiasmadas com o conhecimento;
• Quando ensinamos, aprendemos;
• Comece hoje: a dica para a reprogramação é ter um plano.
A manhã foi muito produtiva e várias discussões acerco do como se aprende e porque surgiram através das experiências dos Pibidianos em escolas públicas. Após a conversa com a Karina, falamos sobre os últimos encaminhamentos do Pibid para a manhã.
Agradecemos a presença da mestranda Karina Rigo enriquecendo nossa formação nesta manhã.
Abraços a todos.